MANUTENÇÃO DE PROJETOS Deputados rejeitam oito vetos do governo a projetos nas áreas de segurança, saúde e educação

Votação ocorreu durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Roraima desta terça-feira (16)
Foto: :Nonato Sousa / Marley Lima / Alfredo Maia

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Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), na manhã desta terça-feira, (16), deputados rejeitaram oito vetos do Poder Executivo a projetos de leis voltados às áreas da segurança, saúde e educação.

Os parlamentares entenderam que as matérias são constitucionais e fundamentais para garantir os direitos da sociedade roraimense. Posteriormente, os projetos de leis serão promulgados pela Casa Legislativa.

O veto parcial ao Projeto de Lei nº 147/2023 foi o primeiro a ser rejeitado, por 15 votos. A norma busca instituir a Política Estadual de Mudanças Climáticas no estado. Em seguida, foi derrubado, por 17 votos, o veto parcial ao Projeto de Lei nº 069/2024, que institui a Política de Incentivo à Segurança dos mototaxistas, motoboys e motogirls.

Em seguida, por 14 votos, os deputados rejeitaram o total ao Projeto de Lei nº 186/2024, que dispõe sobre a autorização de permanência de até dois acompanhantes às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas unidades de saúde das redes públicas.

No decorrer da votação, a deputada Angela Águida Portella (Progressistas), se pronunciou sobre a importância de transformar o projeto em lei, afirmando que o benefício da norma é imensurável.

Nós que somos familiares de pessoas autistas, sabemos exatamente das dificuldades que eles têm de convivência com terceiros e de estar longe de familiares, o que pode piorar a questão de saúde deles. Vemos casos em que algumas clínicas e hospitais usam a contenção, o que é desnecessário quando há a presença da família”, destacou.

Também foi rejeitado, por 15 votos, o veto total ao Projeto de Lei nº 180/2024, que autoriza o Poder Executivo a celebrar contratos de cessão onerosa de direito à nomeação de eventos e equipamentos públicos estaduais.

Esse projeto do deputado Éder Lourinho [PSD] autoriza o Poder Executivo a celebração de naming rights, de cessão onerosa de direito à nomeação de equipamentos públicos. Ou seja, nós estamos falando de um projeto de lei autorizativo. Não vejo nenhum motivo para mantermos o veto”, defendeu Marcos Jorge (Republicanos).

Os parlamentares rejeitaram ainda o veto parcial ao Projeto de Lei nº 121/2024, que dispõe sobre o programa de Prevenção da Dengue nas Escolas, da rede pública e privada, por 14 votos.

Em seguida, os parlamentares derrubaram por 16 votos o veto parcial ao Projeto de Lei nº 04/2024, que assegura a todos os profissionais devidamente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a possibilidade de realizar sustentação oral em recursos administrativos perante os órgãos de trânsito do Estado de Roraima.

O autor da proposta, deputado Dr Claudio Cirurgião (União), defendeu a derrubada do veto. “Sabemos que não haverá custo algum para o governo, pois não ocorrerá mudança na estrutura do Detran. Estamos apenas conferindo a esses profissionais a oportunidade de fazer a sustentação oral e defenderem os seus clientes”, explicou.

Já o deputado Jorge Everton (União) parabenizou a iniciativa do projeto. “Tanto a Jari [Junta Administrativa de Recursos de Infrações] quanto o Cetran [Conselho Estadual de Trânsito] têm a representação da OAB e que se faz, sim, necessário o respeito. Não custa nada que o advogado que queira fazer a sustentação do seu cliente, possa executá-lo”, frisou.

Durante a sessão, foi rejeitado também o veto total ao Projeto de Lei nº 043/2024, que institui a obrigatoriedade da prestação de orientação sobre primeiros socorros nas escolas da rede pública de ensino estadual, por 13 votos.

Esse é um projeto que já existe em outros estados, já é lei, e eu acredito que era uma das formas de contribuirmos com os primeiros socorros nas escolas. Treinarmos professores e demais funcionários da própria escola para que eles possam, de imediato, prestar os primeiros socorros em qualquer eventualidade”, defendeu o autor da norma, Idazio da Perfil (MDB).

Jorge Everton parabenizou a iniciativa e destacou que não há inconstitucionalidade que justifique o veto. “Se estivesse determinando a contratação de profissionais, mas não, isso pode ser feito em uma matéria extracurricular, com a presença do Corpo de Bombeiros ou Polícia Militar, sem custo algum para o estado”, acrescentou.

A deputada Angela Águida Portella reforçou que promove a capacitação há pelo menos cinco anos em escolas públicas, por meio do projeto “Saber para Salvar”, mas que é necessário comprometimento do estado em executar a Lei Lucas de execução dos primeiros socorros. “Essa é uma lei federal que estaríamos regulamentando no nosso estado”, esclareceu.

Por mais que alguma fundamentação jurídica viesse a falar sobre iniciativa, nós já temos lei federal determinando que os professores sejam capacitados anualmente sobre primeiros socorros”, complementou o deputado Marcos Jorge.

Por fim, a Casa derrubou o veto total ao Projeto de Lei nº 301/2023, que dispõe sobre a instalação de câmeras de monitoramento de segurança no âmbito das escolas da rede pública estadual de ensino do Estado de Roraima, por 15 votos.

É um projeto de lei muito importante para a proteção e o cuidado das nossas crianças”, defendeu a deputada Tayla Peres (Republicanos). “Os bancos que guardam papéis têm até escolta armada, mas não disponibilizamos a mesma segurança para nossas crianças. O dinheiro não pode valer mais que os nossos filhos”, argumentou Renato Silva (Podemos), finalizando a votação dos vetos.

Texto: Bruna Cássia

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