Sampaio cobra medidas urgentes para conter avanço do ‘moko da bananeira’

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Presidente da ALE-RR cobra ação imediata da Aderr e propõe apoio financeiro aos produtores

 

Para conter o avanço da praga conhecida como Moko da Bananeira, que ameaça as plantações de banana no Sul de Roraima, o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), apresentou nesta terça-feira (13) a Indicação nº 166/2025, com um conjunto de propostas ao Poder Executivo.

A doença, considerada devastadora, tem potencial para comprometer rapidamente a produção de banana em toda a região. Segundo Sampaio, medidas urgentes precisam ser adotadas para evitar prejuízos econômicos e sociais à população.

“É uma praga que extingue um bananal em pouco tempo. Se não houver ação rápida, pode comprometer toda a produção da região. Precisamos de medidas sanitárias eficazes, além de apoio imediato aos produtores afetados”, alertou.

A proposta de Sampaio foi construída após reunião com produtores rurais e representantes do setor agrícola do Sul do estado, realizada no último dia 7 de maio. Também participaram do encontro a Comissão de Agricultura da ALE-RR, a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), parlamentares e o prefeito de Caroebe, um dos municípios já afetados pela praga.

Apesar de os focos identificados ainda estarem restritos a algumas propriedades, o potencial de disseminação é alto. Por isso, Sampaio reforçou que o momento exige ação enérgica. “Se for necessário interditar propriedades e suspender a comercialização temporariamente, o Estado deve garantir o sustento dessas famílias com auxílio financeiro, crédito emergencial e ações de compensação”, acrescentou.

Entre as medidas propostas na indicação estão:

  1. 1. Adoção de ações urgentes de contenção, tratamento e prevenção da praga, com apoio técnico e estratégias integradas com os municípios;
  2. Levantamento georreferenciado das áreas afetadas para instalação de barreiras fitossanitárias, impedindo a propagação da praga para outras regiões do estado;
  3. Criação de seguro-defeso específico para produtores de banana ou, alternativamente, concessão de auxílio emergencial e renegociação de dívidas;
  4. Garantia da estabilidade do preço da banana no mercado, evitando perdas aos agricultores;
  5. Campanhas educativas, promovendo o manejo correto das áreas infestadas e reduzindo os danos, como remoção ou destruição das plantas afetadas;
  6. Viabilizar a elaboração e a distribuição de materiais educativos, impressos ou audiovisuais, sobre as características da praga e formas de prevenção e combate;
  7. Inspeções regulares com orientações técnicas às propriedades atingidas;
  8. Estímulo à diversificação agrícola, com introdução de culturas alternativas e variedades mais resistentes;
  9. Parcerias com instituições de pesquisa, como UFRR, IFRR e Embrapa, para desenvolvimento de soluções técnicas.

Entenda o que é o Moko da Bananeira

Segundo a Embrapa, o Moko da Bananeira é causado pela bactéria Ralstonia solanacearum (raça 2) e está entre as pragas mais agressivas para o cultivo da banana. Considerada uma praga quarentenária sob controle oficial, já foi identificada em estados como Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Pernambuco e Sergipe.

A transmissão pode ocorrer pelo solo, raízes, ferramentas contaminadas e até por insetos polinizadores. A bactéria pode sobreviver por longos períodos em tecidos infectados e causar sintomas como amarelamento, murcha das folhas, escurecimento das brotações, apodrecimento e queda prematura dos frutos.

O avanço da doença, se não contido, pode inviabilizar economicamente as plantações, afetando diretamente a renda de milhares de famílias e a segurança alimentar no estado.