Polícia Civil de Roraima participa de campanha nacional de coleta de DNA para localizar pessoas desaparecidas

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A PCRR (Polícia Civil de Roraima) participa, a partir dessa terça-feira, 5, até 15 de agosto, da edição 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, coordenada pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). A ação tem o objetivo de incentivar famílias a doarem material genético, que será analisado e comparado com perfis armazenados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

Em Roraima, a campanha é coordenada pelo ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida), com atuação integrada do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da DGH (Delegacia-Geral de Homicídios), do NIPD (Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas) e da Draco (Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas).

A coleta de DNA será realizada em dois pontos: no ICPDA, em Boa Vista, das 7h30 às 13h30, e no Núcleo de Perícias Forenses Regional Sul, em Rorainópolis, das 8h às 18h.

De acordo com a coordenadora estadual da campanha, a perita criminal Érica Veras, antes de comparecer a um ponto de coleta, é necessário que o familiar registre o boletim de ocorrência do desaparecimento em qualquer delegacia, levando documentos pessoais e o máximo de informações possível da pessoa desaparecida.

Com o boletim em mãos e seus próprios documentos, o familiar poderá procurar um dos pontos de coleta. Caso a pessoa chegue diretamente ao local sem ter feito o registro prévio, será orientada a procurar uma Delegacia da PCRR para formalizar o desaparecimento.

Érica Veras destaca que o trabalho é, acima de tudo, um esforço para aliviar o sofrimento de quem vive a incerteza. “Quando uma pessoa desaparece, a família entra num estado de angústia permanente. A dor de não saber o que aconteceu é imensurável. Com esse trabalho, queremos minimizar essa dor, queremos trazer respostas, oferecer um caminho por meio da ciência para que essas famílias não fiquem sem solução”, afirmou.

Ela reforçou ainda a importância da etapa do boletim de ocorrência, afirmando que esse é o documento essencial para oficializar o desaparecimento e permitir a inclusão no sistema. “Só com essa formalização conseguimos dar andamento à coleta e ao cruzamento de dados”, ressaltou.

Mais informações podem ser obtidas diretamente nas Delegacias ou nos postos de coleta em Boa Vista e em Rorainópolis, além do WhatsApp do Instituto de Criminalística: (95) 98400-8637.

O diretor do ICPDA, perito criminal Sttefani Ribeiro, acrescenta que o Laboratório de Genética Forense está preparado para atuar com agilidade: “A ciência é nossa aliada nesse processo. O banco de perfis genéticos tem gerado resultados concretos e emocionantes, conectando pessoas e histórias interrompidas”, disse.

O delegado-geral em exercício da PCRR, Luciano Silvestre, destacou a relevância da participação de Roraima na campanha nacional e anunciou um novo avanço na estrutura da Perícia no Estado:

“É extremamente importante que Roraima esteja integrada a essa mobilização nacional. E essa campanha ocorre num momento muito especial para o nosso Estado. Em breve, o Governo de Roraima dará início à construção do nosso próprio Laboratório de Genética Forense, uma obra de grande impacto para o fortalecimento das perícias no Estado. O projeto conta com recursos destinados pelo deputado estadual Lucas Souza, o que demonstra o compromisso com o avanço da ciência forense e com a resposta às famílias que buscam por seus entes desaparecidos”, ressaltou.

Delegacias da PCRR estão alinhadas para a campanha

Silvestre reforçou que todas as Delegacias do Estado foram notificadas oficialmente sobre a campanha, e a orientação é para que toda e qualquer pessoa que busque informações sobre desaparecidos seja corretamente direcionada aos pontos de coleta. A campanha é uma oportunidade de dar respostas e aliviar a dor de tantas famílias”, disse.

O delegado titular do NIPD, Jean Daniel, também fez um apelo à população. “Se você tem um familiar desaparecido, procure um dos pontos de coleta e participe da campanha. O DNA pode ser a chave para solucionar um caso que há anos permanece sem resposta. Essa é uma oportunidade concreta de buscar por alguém e, quem sabe, reencontrar uma parte de si mesmo”, observou.

Durante o período da campanha nacional, será lançado pelo Ministério da Justiça o caderno digital “Transformando Números em Histórias”, que reúne relatos de nove pessoas identificadas durante a campanha de 2024. A proposta é humanizar os dados e mostrar que por trás de cada número há uma história real de reencontro ou encerramento de ciclos.

SECOM RORAIMA

FOTOGRAFIA: Ascom/PCRR