Balanço apresenta denúncias, solicitações e pedidos de informações, além de ações itinerantes no interior do estado
A Ouvidoria-Geral da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), presidida pelo deputado estadual Isamar Júnior (Podemos), encerrou o primeiro semestre de 2025 com um total de 56 manifestações oficializadas e transformadas em processos, já respondidos à população.
O balanço foi apresentado pelo diretor executivo do órgão, Manoel Batista, que destacou a consolidação da Ouvidoria como canal de diálogo entre a população e os Poderes Públicos. Além dos atos formalizados, dezenas de outras foram solucionadas diretamente, sem necessidade de abertura de processo, por se tratar de pedidos de informação ou dúvidas pontuais.
Segundo Batista, cerca de 85% das manifestações chegaram via WhatsApp, demonstrando a consolidação do canal como o principal meio de contato com os cidadãos. Os demais 15% foram recebidos pelas plataformas Fala.BR e pelo site da Assembleia Legislativa de Roraima.
“Mesmo com atuação mais concentrada na capital no início do ano, já tivemos um crescimento de 10% no número de manifestações em comparação com o mesmo período de 2024”, informou o diretor.
Entre os temas mais recorrentes, predominam reclamações sobre serviços públicos do Poder Executivo, especialmente nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e energia. Além disso, a população também faz solicitações diretamente à Assembleia, como a oferta de cursos, construção de escolas e pontes, ou apoio para instalação de universidades e agências bancárias em regiões isoladas.
Atualmente, a Ouvidoria-Geral da Assembleia Legislativa de Roraima fomenta três projetos: Ouvidoria Itinerante, Ouvidoria Estudantil e Escuta Ativa.
Ouvidoria Itinerante com serviços sociais
Durante o semestre, a Ouvidoria esteve em quatro municípios com ações itinerantes: Rorainópolis com visitas às Vilas Colina, Equador, Jundiá e Martins Pereira; São Luiz do Anauá; São João da Baliza e Cantá.
A principal novidade de 2025 foi a inclusão de serviços sociais nas ações itinerantes, além do tradicional atendimento da Ouvidoria. A população teve acesso a serviços de saúde, como aferição de pressão, exames de glicemia e, em algumas localidades, atendimento odontológico, psicológico e jurídico, por instituições parceiras.
“Esses serviços são uma forma de atrair a comunidade e, durante esse contato, conseguimos ouvir mais e melhor. A escuta ativa acaba se tornando a essência do nosso trabalho”, destacou Manoel Batista.
Ouvidoria Estudantil já atingiu mais de mil alunos
Implantada em sete municípios do interior e em seis escolas da capital, a Ouvidoria Estudantil da Assembleia Legislativa de Roraima tem fortalecido o protagonismo juvenil na resolução de problemas do cotidiano escolar.
De acordo com a coordenadora do projeto, Liliane Bessa, mais de 1.015 estudantes foram atendidos ao longo do primeiro semestre de 2025, por meio de palestras e escutas nas unidades de ensino.
“O foco do projeto é ouvir os alunos e ajudá-los a levar suas demandas à gestão escolar. Quando as necessidades ultrapassam os limites da escola, aí sim nós entramos como intermediadores junto à Secretaria de Educação ou outros órgãos”, explicou.
Entre os principais resultados, destacam-se as reformas de espaços solicitadas diretamente pelos estudantes. Na escola indígena Santa Luzia, na comunidade Três Corações, situada no município de Amajari, Norte de Roraima, os transtornos com a falta de teto na quadra poliesportiva levaram os jovens a formalizarem uma demanda que foi rapidamente atendida.
“Eles estavam treinando sob sol e chuva. Levamos a reivindicação à Secretaria e a reforma foi iniciada. Hoje eles já fazem as atividades na quadra coberta”, destacou Liliane.
Outro exemplo aconteceu na capital. Em Boa Vista, os alunos da escola Gonçalves Dias também recorreram à Ouvidoria Estudantil para cobrar o andamento de obras atrasadas. “Intermediamos o contato com a Secretaria, e eles foram atendidos. O local está em reforma conforme demanda dos alunos que contaram com nosso apoio”, afirmou a coordenadora.
As demandas mais comuns incluem torneiras quebradas, defeito dos condicionadores de ar, necessidade de pintura ou melhoria na estrutura física da escola. Outras sugestões partem da própria iniciativa dos alunos, como a criação de rádios escolares e projetos de integração.
Até o momento, a Ouvidoria Estudantil já está implementada em 13 escolas, com previsão de expansão para mais 16 unidades ainda no próximo trimestre. “A ideia é formar estudantes conscientes do seu papel e capazes de promover mudanças dentro do espaço escolar e além dele”, finalizou Liliane Bessa.
Escuta Ativa fortalece demandas coletivas
Além da ouvidoria itinerante e estudantil, o órgão atua com o projeto Escuta Ativa, que promove rodas de conversa com grupos organizados da sociedade civil. Nessas ocasiões, a equipe apenas ouve, sem interferir, e transforma as demandas em processos oficiais.
Um exemplo disso foi durante visita à região de Santa Maria do Boiaçu, onde agricultores solicitaram apoio para obter a autorização de uso da terra.
A Ouvidoria já intermediou a articulação entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e o Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). Como resultado, uma audiência pública será realizada na comunidade nas próximas semanas, informou o diretor Manoel Batista.
Com a intensificação das ações nos municípios no segundo semestre, a expectativa, segundo o diretor, é que o número de manifestações dobre. “Quando a gente vai até as comunidades, conseguimos aumentar em 10% a 15% a quantidade de demandas, porque muitas pessoas ainda não têm acesso às mídias digitais”, explicou.
A Ouvidoria-Geral da ALE-RR reforça que está aberta a toda a população e que o trabalho não se limita a denúncias. “Reclamar, sugerir e solicitar também é exercer a cidadania”, concluiu Batista.
Participações externas e resultados concretos
A Ouvidoria também foi convidada a integrar ações de outras instituições, como o projeto SOS Baixo Rio Branco 2025, onde visitou 21 comunidades ribeirinhas entre Caracaraí e a divisa com o Amazonas.
Nessa visita, uma demanda de 2024, feita por moradores da Vila Sacaí sobre a falta de escola, já começou a ser atendida com a construção da unidade pela Prefeitura de Caracaraí.
A equipe da Assembleia também recolheu novas reivindicações, como a instalação de uma agência bancária ou posto de pagamento em Santa Maria do Boiaçu, onde os moradores perdem até 30% da renda com deslocamentos até Caracaraí para receber benefícios sociais.
OUVIDORIA-GERAL
Em Boa Vista, a Ouvidoria-Geral da Assembleia Legislativa de Roraima atende na Avenida Santos Dumont, bairro Aparecida, nº 1470, das 8h às 18h. Além do atendimento presencial, é possível buscar atendimento pelo número (95) 98402-2474, seja ligação ou mensagens pelo WhatsApp.
Já em Rorainópolis, o atendimento ocorre na unidade situada entre as ruas Maranhão e Ulysses Guimarães, das 8h às 18h. O número para contato é (95) 98402-7039, para mensagens via WhatsApp e ligações.
Outros meios são a plataforma Fala.BR, página da Ouvidoria-Geral no site da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) e pelo endereço de e-mail: ouvidoria@al.rr.leg.br.
Fotos: Alfredo Maia e Nonato Sousa
SupCom ALE-RR