Nesta semana, o HMI (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth) deu um passo importante no cuidado humanizado com a entrega da enfermaria Pétalas, um espaço silencioso, acolhedor e feito com carinho para receber mães que vivenciam a dor da perda gestacional ou neonatal.
Com quatro leitos, ambientação delicada e mensagens afetuosas nas paredes, a enfermaria foi criada para garantir respeito e privacidade às mães que perderam seus bebês. A proposta é que essas mulheres não compartilhem o mesmo espaço com mães que estão com seus filhos nos braços.
“É uma enfermaria diferenciada, voltada para aquela mãe de natimorto, ou seja, aquela mulher que gestou sua criança acima de 22 semanas e por algum motivo ocorreu o óbito do seu bebê, ou dentro da barriga ou ao nascer”, explicou o diretor-geral da maternidade, Manuel Roque.
A equipe do HMI passou por diversas sensibilizações, além de ajustes na estrutura, abraçando a proposta com sensibilidade e empatia.
O fluxo de atendimento foi pensado com delicadeza. Após o parto e o período de observação, a mãe é encaminhada à enfermaria Pétalas, onde recebe o acolhimento da equipe multidisciplinar da maternidade e do projeto Filhos Invisíveis, com suporte emocional e respeito ao seu tempo de luto.
SOBRE O PROJETO
O projeto Filhos Invisíveis já atuava dentro da maternidade com gestos de memória afetiva, como pequenas lembranças dos bebês, criadas com delicadeza e respeito pelo vínculo construído. Ele funciona conforme a solicitação por meio do Instagram.
“Perguntamos se essa família gostaria de guardar alguma lembrança do bebê, oferecemos o carimbo das mãos e pés do bebê, a coleta de uma mechinha de cabelo. E possibilitamos também, se a família quiser e faça sentido, um ensaio fotográfico”, explicou Jade.
Erislane Vitória, de 22 anos, deu à luz ao pequeno e saudável José Miguel, mas depois do parto foi descoberta a Estenose pilórica, condição em que a abertura entre o estômago e o intestino delgado fica mais espessa.
“A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi eu ter conhecido as meninas e esse projeto lindo. É um projeto que abraça, em meio a tanto choro, sai sorrisos, sai alegria. Eu acho necessário as mães conhecerem esse projeto, porque ajuda muito”, relatou uma das participantes dos encontros.