Defensoria faz alerta sobre bullying em ação que alcança mais de 500 alunos

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Projeto educativo promove respeito e prevenção à violência nas escolas, com conversas do 5º ano ao 3º do ensino médio.

Para falar sério sobre bullying, construir relações mais saudáveis e promover educação em direitos dentro da escola, a Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR) iniciou, no Colégio FAMETRO, uma série de palestras interativas voltadas a estudantes e professores do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O projeto “Bullying não é brincadeira” continua nesta terça-feira (22) e vai até sexta-feira (25), sempre das 8h às 9h, com a meta de alcançar 500 estudantes.

Em parceira com a escola, a iniciativa oferece informação, escuta qualificada e diálogo sobre respeito, empatia e violência escolar.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em sua última edição nacional, realizada em 2019, cerca de 39% dos estudantes brasileiros com idade entre 13 e 17 anos relataram ter se sentido humilhados por provocações de colegas ao menos uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa.

Ainda conforme o estudo, o bullying é uma prática intencional, repetida e sistemática de violência física, psicológica ou moral, realizada por um ou mais indivíduos contra uma ou mais pessoas, em relações marcadas por desequilíbrio de poder.

A defensora pública Beatriz Dufflis, que conduziu a palestra interativa, explicou aos discentes como o bullying se manifesta de diversas maneiras e os impactos que provoca na vida de quem sofre e de quem pratica. “Hoje nós iniciamos uma jornada contra o bullying. Apresentamos o conceito, os tipos e as estratégias de enfrentamento, além de orientar como agir caso alguém sofra essa violência. Houve muita interação por parte dos alunos”, comemorou.

Para a aluna Alessa Valentina, de 12 anos, do 5º ano, a experiência foi marcante. Ela disse que aprendeu conceitos novos e passou a refletir mais sobre o tema. “Achei muito importante, porque eu não sabia que existiam diferentes tipos de bullying. Aprendi que existem vários tipos de bullying e passei a refletir sobre as consequências das ações. Eventos desta natureza ajudam quem sofre e quem pratica a repensar o impacto dos seus atos”, relatou.                                               

Dados do Ministério dos Direitos Humanos indicam que, em 2024, as denúncias de bullying nas instituições de ensino aumentaram 67%, em relação a 2023, passando de 1.399 para 2.346 registros.

A diretora da Escola FAMETRO, Neide Guimarães, enfatizou que o combate ao bullying na instituição já é trabalhado desde o início do ano letivo e conta com protocolo próprio. “Temos um planejamento contínuo voltado para esse tema. Esta semana marca a culminância de tudo que construímos junto aos alunos e às famílias. Queremos que nossos estudantes reflitam sobre as consequências que suas atitudes podem causar aos colegas”, explicou.

A coordenadora do projeto e gerente escolar da Escola Superior da Defensoria Pública (ESDEP), Safira Souza, ressaltou a importância da Defensoria como agente de promoção da cidadania, inclusive para crianças e adolescentes. “Estamos sempre à disposição da comunidade e da sociedade civil como um todo, pois essa é uma obrigação institucional nossa. E é muito gratificante perceber que as escolas têm nos procurado com esse objetivo”, afirmou.

As palestras continuam ao longo da semana. Além da exposição teórica, há momentos de escuta e microfone aberto para perguntas e relatos dos estudantes.