ALERR reconhece 7 de outubro como o Dia Estadual do Regente de Bandas e Fanfarras

Lei 1.706/2022 também autoriza a realização de eventos sobre a data, como palestras, apresentação de bandas e concursos
Foto: Eduardo Andrade / Nonato Sousa

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A Lei 1.706/2022 reconhece o dia 7 de outubro como o Dia Estadual do Regente de Bandas e Fanfarras em Roraima, devendo ser incluído no Calendário Oficial do Estado. A norma autoriza a realização de eventos sobre a data, a exemplo de palestras, apresentação de bandas, concursos, entre outros, desde que contribuam para a divulgação dos propósitos estabelecidos na legislação.

A Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) e demais parceiros apoiam e fortalecem o projeto “Roraima Musical”, de bandas marciais, que oferece formação musical a crianças e jovens no estado. Com 15 polos ativos em todos os municípios, o projeto conta com mais de mil alunos. Em Boa Vista, os ensaios da “banda modelo” ocorrem todas as sextas-feiras, a partir das 18h30, no Centro de Convivência da Juventude (CCJuv), que fica na avenida Ataíde Teive, 3510, Buritis.

 

O presidente da ALERR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), destacou a importância de o poder público fomentar o segmento musical para o desenvolvimento cultural e social dos jovens roraimenses.

Esse projeto tem se tornado um grande aliado para o fortalecimento das bandas marciais e de fanfarras, que já viraram tradições no nosso estado. Então, ele veio para contribuir com o crescimento profissional desses alunos, bem como a preservação e manutenção dessa cultura”, frisou Sampaio.

O autor da lei, deputado Eder Lourinho (PSD), ressaltou o papel da música na vida de milhares de jovens, que funciona como uma espécie de ferramenta de mudança.

Temos vários relatos de crianças que passavam por dificuldades de aprendizado na escola, de convivência na sociedade e conseguiram reverter esse quadro por meio da música. Então, a participação nas bandas possibilita essa oportunidade, principalmente para as crianças carentes”, declarou o parlamentar.

Banda modelo

Conforme explicou Luciana Lago, coordenadora-geral do projeto, foi aberto um processo seletivo para a comunidade de 9 a 29 anos. Nele, os profissionais puderam se inscrever para serem alunos bolsistas do projeto, que se iniciou em junho deste ano.

O primeiro foco do nosso projeto foi a Semana da Pátria, em setembro. Nossos alunos, em todo o Estado, participaram e fizeram apresentações em polos distintos. Agora, eles se preparam para um evento em alusão ao Dia do Regente, no sul de Roraima e, em novembro, estamos pretendendo fazer a primeira copa ”Roraima Musical”, contou.

Segundo Leilton Saldanha, professor de música e um dos regentes da “banda modelo”, explicou que o profissional é quem conduz uma orquestra, banda ou fanfarra, além de ser referência tanto em conhecimento técnico quanto pragmático dentro de um conjunto musical. Para ele, as bandas têm grande responsabilidade social.

Esse dia em homenagem à nossa função nos deixa muito felizes, porque são iniciativas como essa que, além de nos homenagear, mantêm com qualidade nossos projetos e ainda a tradição de bandas marciais, música e fanfarras livres. Todas elas são alternativas que tiram muitas crianças do mau caminho e da vulnerabilidade social, dando a elas novas condições de futuro e de perspectiva de vida”, declarou.

Superando desafios por meio da música

Wellen Keity Brasil, de 17 anos, toca tuba há um ano. Ela contou que começou primeiro no trompete, mas a tuba (instrumento de sopro, cujo som é produzido pela vibração dos lábios) chamou sua atenção pelo fato de não haver muitas mulheres tocando o instrumento, o que a motivou a se desafiar, apesar da dificuldade inicial em manuseá-lo.

Perguntei ao meu professor de música se eu poderia tocar e ele me falou da dificuldade, porque tem que ter fôlego e articular bem os pistos [botões que mudam a afinação do instrumento]. Ele também me falou que eu não conseguiria de imediato e aquilo me instigou, pois, quando alguém duvida de mim, eu provo que consigo”, revelou.

Apesar das dificuldades decorrentes de sua asma, Wellen disse que enxergou esse possível impedimento como mais uma barreira que deveria enfrentar para crescer como musicista.

Então, comecei a correr e fazer exercícios, além de treinar bastante o instrumento até eu me adaptar e chegar na banda. Para mim, a música representa paz de espírito e terapia. Há várias coisas que afetam nosso psicológico. No entanto, a música me faz pensar em coisas boas. Acredito que eu possa abrir portas para muitas mulheres tocarem”, afirmou.

Semana Cultural

A Lei nº 827/2011 institui a Semana Cultural das Fanfarras e Bandas em Roraima, a ser realizada anualmente na última semana de novembro. Em alusão à norma, a TV Assembleia apresentou um material especial que mostra o empenho e comprometimento de milhares de alunos. Juntos, eles articulam um trabalho em equipe que tem o potencial de transformar suas vidas. A íntegra está disponível na página oficial da ALERR no YouTube (@assembleiarr), intitulada Especial Fanfarra.

Texto: Suzanne Oliveira

SupCom ALE-RR – 07.10.2025