Nesta quarta-feira (10), a Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) fez uma visita técnica ao Complexo Mineral Barreira, localizado na zona rural do município de Caracaraí, a 180 km de Boa Vista. A região, que tem aproximadamente 36 hectares explorados atualmente, apresenta altos níveis de elementos de terras raras – minerais estratégicos para as indústrias tecnológica e energética mundial.
O objetivo da visita foi conhecer de perto o potencial da área e obter subsídios para enriquecer os debates sobre o desenvolvimento econômico de Roraima. Na ocasião, foi demonstrado in loco a alta concentração de minerais de terras raras na propriedade rural, a exemplo do neodímio e cério.
O presidente da Comissão de Minas e Energia da ALERR, deputado Idazio da Perfil (MDB), falou dos próximos passos da Casa Legislativa para contribuir com o debate sobre o tema.
“A gente vai passar a ter algumas sessões itinerantes para esclarecer o que são terras raras para a população. Nós iremos apoiar essa iniciativa, pois a gente quer que Roraima se desenvolva mais ainda, sabendo que isso vai gerar arrecadação de impostos, geração de empregos e vai melhorar a vida do nosso povo”, afirmou o parlamentar.
Elementos de terras raras
As chamadas “terras raras” são um conjunto de 17 elementos químicos fundamentais para a indústria moderna. Apesar do nome, eles não são tão raros assim na natureza; o desafio está em separá-los, pois aparecem misturados a outros minerais.
Esses elementos estão presentes em diversos equipamentos do dia a dia e em tecnologias estratégicas, pois são utilizados em celulares, televisores, turbinas eólicas, painéis solares, carros elétricos e até em sistemas de defesa.
O pesquisador e professor de geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vladimir de Souza, estuda a área e comentou sobre os bons resultados preliminares relacionados à alta concentração desses minérios na região.
“Pelas análises de microscopia eletrônica feitas no laboratório da UFRR, identificamos teores muito elevados de terras raras, chegando a 12% ou 13%, o que equivale a mais de 130 mil ppm [parte por milhão]. Essas áreas podem se estender por centenas de metros de profundidade e até quilômetros de extensão, o que representa um grande potencial de exploração. Dessa forma, esses elementos têm alto valor porque são usados em praticamente toda a vida moderna”, explicou o pesquisador.
Comissão vê oportunidade para o crescimento econômico de Roraima
Todos os membros da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa participaram da visita técnica e destacaram a importância da descoberta para o futuro econômico de Roraima.
O deputado Marcelo Cabral (Cidadania), vice-presidente da comissão, ressaltou que o estudo sobre terras raras traz informações novas para a Assembleia e garante benefícios diretos à população. “É importante estarmos aqui para entender e esclarecer à sociedade. Esse trabalho gera emprego e renda para os produtores locais e pode transformar a economia do estado”, afirmou.
O deputado Gabriel Picanço (Republicanos) reforçou a expectativa de que o potencial mineral represente uma virada para Roraima. “Se esse projeto avançar, a economia do estado pode mudar. Precisamos criar oportunidades para os jovens e transformar essas riquezas em desenvolvimento”, disse.
O deputado Odilon (Podemos) ressaltou a riqueza mineral da cidade e lembrou que o município já se destaca por outras atividades. “Caracaraí tem um grande potencial. Com a descoberta das terras raras, novas empresas devem se instalar e gerar emprego e renda para o município e para todo o estado”, observou.
Já a deputada Catarina Guerra (União), que não integra a comissão, mas acompanhou a comitiva, também defendeu a atuação da Assembleia. “Assumimos com responsabilidade o apoio a esse processo, garantindo segurança ambiental e aos produtores locais. Vamos acompanhar cada etapa para dar o suporte necessário ao desenvolvimento de Roraima”, declarou.
Texto: Anderson Caldas
Fotos: Jader Souza
SupCom ALERR