Armando Neto denuncia ações do Governo Federal contra moradores da Vila Samaúma, em Mucajaí

Compartilhe:

Produtores seriam impedidos de andar com combustível para abastecer maquinários da agricultura familiar

Após recente visita à Vila Samaúma, localizada no município de Mucajaí, Centro-Sul de Roraima, o deputado Armando Neto (PL) usou a tribuna do Plenário Noêmia Bastos Amazonas nesta terça-feira (12) para elencar os principais desafios de quem mora na região, principalmente pela proximidade de áreas indígenas e com atividades de garimpo ilegal.

Segundo o parlamentar, produtores, agricultores e moradores alegam sofrer com as constantes abordagens da Força Nacional e outras instituições ligadas à Casa de Governo, do Governo Federal, criada em 2024 para coibir a exploração de garimpo ilegal e ampliar as condições de Saúde, Educação e alimentação aos povos indígenas Yanomami e Ye’kwana, com orçamento em mais de R$ 1,2 bilhão e vigência até 31 de dezembro de 2026.

“Essa mesma Casa de Governo que vem para coibir o garimpo, para moralizar o Estado brasileiro, essa mesma Casa de Governo que vem para manter a ordem, é a mesma Casa de Governo que está fazendo o oposto da sua obrigação”, denunciou Neto.

O parlamentar enfatizou que as famílias da Vila Samaúma e de outras localidades próximas a terras indígenas, sentem os impactos de ações contínuas, principalmente o comércio e a produção da agricultura familiar. “A fala é a mesma: ‘não aguentamos mais a Força Nacional com a Casa de Governo aqui, não temos culpa de ter operação do governo, a polícia aborda e com a arma na cabeça’”, replicou, Armando, a fala dos moradores.

Armando Neto sugeriu que a Casa de Governo disponha de parte do seu recurso para investir em equipe para identificar as famílias que moram na região. “A obrigação é saber quem é o bandido, o infrator, quem é o aluno que apanha na vicinal, o pai de família, essas pessoas não têm culpa de morar numa vila que está perto de área de garimpo”, declarou.

Ele apela para que o Governo Federal atue de maneira efetiva, mas com responsabilidade e respeito ao cidadão. O deputado lembrou ainda que, desde meados de 2017 a 2018, início da imigração venezuelana, não houve a compensação do Estado Maior sobre os gastos estaduais devido ao inchaço no Sistema Público de Roraima.

O parlamentar aproveitou o discurso para pedir apoio da Assembleia Legislativa de Roraima na mobilização de uma audiência pública para tratar dos trabalhos da Casa de Governo e outras instituições federais, além de ouvir os moradores afetados com essas ações.

Em aparte, os deputados Aurelina Medeiros (Progressistas), Rárison Barbosa (PMB) e Marcelo Cabral (Cidadania), manifestaram apoio ao discurso do parlamentar e contribuíram com mais informações ligadas ao tema.

Rárison Barbosa lembrou do período em que esteve à frente da diretoria de Monitoramento e Controle Ambiental da Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) em que foi feito um mapeamento das regiões próximas a garimpo para identificar quem são os moradores e quem são as pessoas que utilizam as estradas para escoamento.

“Será que com esse dinheiro não dá para colocar uma equipe para mapear as pessoas, para identificar quem trafega por essas RRs, que o ‘João’ precisa carregar combustível para o seu trator, o defensivo agrícola… Será que não tem como fazer esse mapeamento?”, indagou.

Marcelo Cabral ressaltou a importância econômica da Vila Samaúma como um polo produtivo da agricultura familiar e da pecuária. “Sabemos que o nosso Estado é rico de pessoas de bem que querem trabalhar, construir e alimentar suas famílias. Faremos o que for preciso, contem com o nosso compromisso. Não aceitamos essa humilhação com o povo roraimense, muito menos com o pequeno produtor que está sendo penalizado”, desabafou.

Fotos: Eduardo Andrade | Jader Souza | Marley Lima

SupCom ALERR – 12/08/2025