Deputado critica nomeação de ex-gestora investigada para cargo ambiental em Roraima

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Parlamentares veem “abuso” em decisão do governo; ex-presidente do Iteraima é alvo de investigação por suspeitas de irregularidades

Durante a sessão plenária desta terça-feira (13), o deputado estadual Jorge Everton (União Brasil) criticou duramente a nomeação de Dilma Lindalva Pereira da Costa, ex-presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), para a Diretoria de Monitoramento Ambiental e Fiscalização da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). Investigada por suspeitas de irregularidades em sua gestão anterior, Dilma Costa voltou a ocupar cargo de confiança no governo, o que gerou reação imediata na Assembleia Legislativa.

Segundo Everton, a nomeação é “descabida e ilegal”, além de desrespeitar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras, que apura a atuação da ex-gestora e já encaminhou provas ao Ministério Público. “Isso é um abuso, é um absurdo. Ela está sendo investigada por crimes graves. Não podemos aceitar que o governador do estado a nomeie diretora de uma instituição essencial para a fiscalização ambiental”, declarou o parlamentar.

O deputado também afirmou que vai acionar o Ministério Público e buscar medidas legais para barrar a permanência de Dilma Costa na Femarh. “Precisamos tomar providências”, reforçou.

A crítica teve apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), que prometeu uma resposta institucional. “Vamos acionar a Procuradoria da Casa para avaliar os caminhos jurídicos possíveis. E é papel desta Casa também se posicionar politicamente, como estamos fazendo”, afirmou.

Sampaio ainda levantou preocupação com o padrão de nomeações adotado pelo governo estadual, destacando que esta é a quarta exoneração de secretários em razão de denúncias. “É um padrão que se repete. Me preocupa muito esse comportamento”, declarou.

Dilma Costa é acusada de conceder descontos irregulares em títulos de terras enquanto presidia o Iteraima, gerando um prejuízo estimado em R$ 422 mil aos cofres públicos. Também há suspeitas de favorecimento a aliados do governador Antonio Denarium. Ela chegou a ser afastada do cargo por recomendação do Ministério Público de Contas, mas voltou a exercer função no Executivo.

A CPI da Grilagem de Terras deve retomar as atividades na próxima segunda-feira (19), às 15h, com novas oitivas programadas.