80% dos municípios de Roraima com risco elevado de epidemia de dengue

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O primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) realizado em 2025 revelou um cenário preocupante em Roraima: 80% dos municípios do Estado foram classificados como de alto risco para a ocorrência de uma epidemia de dengue. Apenas os municípios de Caroebe, Normandia e Uiramutã apresentaram classificação de médio risco.

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 9 de maio, e avalia a presença de larvas do mosquito transmissor da dengue em domicílios e áreas próximas, permitindo às autoridades direcionarem ações de combate com maior precisão.

“O objetivo do LIRAa é identificar os locais com maior presença de larvas do mosquito Aedes aegypti, permitindo que as autoridades de saúde direcionem as ações de controle de forma mais eficaz”, explicou a gerente NCFAD (Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue), Rosangela Santos.

Entre os focos mais encontrados, 73% dos municípios apresentaram o lixo acumulado, como garrafas plásticas e recipientes diversos, todos considerados depósitos passíveis de remoção, como principal tipo de criadouro, além de pneus abandonados, bebedouros de animais e vasos de plantas.

“Esses depósitos são chamados de passíveis de remoção, ou seja, podem ser eliminados com ações simples da população e dos serviços municipais. Diante do resultado, o Estado orientou que sejam priorizadas ações como mutirões de limpeza, visitas domiciliares, mobilização social e educação em saúde para eliminação de criadouros”, reforçou a gerente.

EM NÚMEROS

De 1º de janeiro a 26 de maio de 2025, foram notificados 1.069 casos suspeitos de dengue em Roraima, com 251 casos classificados como prováveis, o que representa um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2024.

“Temos um risco de ocorrência de uma epidemia, considerando o resultado do LIRAa e também a circulação dos quatro sorotipos da dengue no estado. Esse cenário exige resposta rápida e ações coordenadas”, completou Rosangela.

O Núcleo enviou orientações a todas as secretarias municipais de Saúde para a intensificação das ações de controle vetorial. A recomendação é que os municípios iniciem imediatamente mutirões de limpeza, reforcem campanhas de orientação à população e fortaleçam a atuação dos agentes de endemias nas áreas mais críticas.